Wednesday 27 February 2008

Tuesday 26 February 2008

Weekend em Wrocław

No passado fim-de-semana estive em Wrocław, no sudoeste da Polonia. Foram 8 horas de viagem de comboio para la e outras 8 para ca - so para voces terem uma nocao da distancia entre Olsztyn e Wrocław, e, tambem, da velocidade atingida pelos comboios na Polonia. Por outras palavras, num outro pais, seria possivel percorrer a mesma distancia em muito menos horas.
O tempo revelou-se, pois, curto, mas valeu a pena, porque deu para ver o centro da cidade (muito bonito, o mais bonito que tive oportunidade de ver ate agora), conhecer pessoal fixe e alterar um pouco a rotina.
Foi la que conheci o meu primeiro portugues voluntario na Polonia, o Joao (by the way, Joao, aproveito para te agradecer uma vez mais a companhia e a hospitalidade), e um dos unicos. A maioria dos voluntarios sao alemaes e franceses, mas este fim-de-semana tive tambem a oportunidade de conhecer uma bielo-russa e uma ucraniana. E super interessante trocar impressoes com tantas pessoas provenientes de culturas tao diversas.

Cronometrar é ganhar tempo

Viver implica estar inserido numa determinada realidade espácio-temporal, sujeita a mudança constante. Vivemos em função de um tempo, elemento imaterial, sucessão progressiva e ininterrupta de eventos consecutivos, inseparável do espaço.


Movimento perpétuo rumo ao infinito, o tempo é algo cruel, porque irreversível, não cessa nunca, segue sempre em frente e nunca olha para trás, não perdoa e deixa sempre as suas marcas. Por isso existe uma História, o presente e o porvir. Por isso existem épocas e gerações.


Ninguém o consegue agarrar – senão por breves instantes, as reminiscências da memória – e ninguém lhe pode fugir. Recuar no tempo, fazer pause ou acelerá-lo é algo que só é possível quando falamos de ficção ou no interior das nossas mentes, através da imaginação. A retrospectiva transporta-nos a lugares passados, que não mais se repetem. Podemos também projectar-nos no futuro, embora conscientes de que ao acordar continuamos embaraçados na teia linear e autónoma do tempo ele-mesmo. Recuperar o tempo perdido, isso sim, é possível e nunca é tarde demais.


Estou na Polónia. Há algum tempo atrás, quando ainda estava em Portugal, teletransportava-me em pensamento para aqui. Agora que me encontro aqui, sinto saudade, porque guardo lembranças de tudo aquilo que vivi anteriormente: volto, portanto, frequentemente no tempo. Poder-lhe-emos chamar a nostalgia do passado. Mas o tempo, esse, não volta atrás. Acontece também, por vezes, querermos esquecer o que vivemos. Então, concentramo-nos no presente ou aspiramos antecipar o futuro, mesmo sabendo que sonhar não significa vir a concretizar.


Entretanto, neste vai-e-vem do pensamento, o tempo passa subtil. Envelhecemos ao passar das horas, dos dias, dos anos. Mesmo que não nos sintamos velhos interiormente, a decadência gradual torna-se, com o tempo, bem visível do lado de fora.


O tempo é inalcançável, intocável e implacável. Tanto passa depressa como devagar, é fugaz ou eterno, contrariando permanentemente a vontade humana. Se estamos felizes, passa a correr, se estamos tristes, parece não passar. Se queremos que passe depressa, passa devagar e se queremos que passe devagar passa depressa. Tanto apaga como prolonga, tanto permite como impede. Se nos atormenta a dor, o tempo é insuportável e, quando a tormenta acabou, foi o tempo que a apagou. Se temos pressa ou estamos ocupados, o tempo revela-se curto, e se o tédio nos importuna, o tempo não ajuda.


Controverso, o tempo desgasta e constrói, diminui e engrandece, tudo depende da perspectiva sob a qual o encaramos. Senão, atentemos: a velhice, por exemplo, é sinónimo de debilidade e sabedoria. Por outro lado, o conhecimento necessita de tempo para se consolidar, toda a construção supõe um investimento de tempo e, posteriormente, está sujeita à própria erosão do mesmo.


Em suma, o tempo controla e limita-nos, nada somos sem ele. Existimos porque há um tempo e para tudo precisamos dele. Somos seus prisioneiros. Não obstante, julgo poder dizer que temos também nós uma forma de poder sobre o tempo, esse omnipotente que nos transcende: aproveitá-lo. Pois o tempo quando aproveitado é precioso. Quer queiramos quer não, o tempo arrasta-nos com ele, é inelutável. Há que acompanhá-lo activamente e não estagnar. Metaforicamente falando, parar no tempo é manter-se alheio às mudanças que nos envolvem, viver alienado, quando tudo em redor se transforma, evolui. Há que saber usar o tempo, fazer dele um aliado, e não apenas deixá-lo passar, indiferentes. Como a vida.


Viver é agarrar o momento se este nos faz sentir bem, reproduzindo-o, ou deixar o tempo fluir se nos faz sentir menores, porque, como o tempo é imparável, não há problema que o alcance. Por mais morosos que sejam, os problemas revelam-se sempre efémeros, na medida em que para tudo existe uma solução, ainda que esta tarde em chegar. Dar tempo ao tempo: esperar nem sempre é sinónimo de desespero, se pensarmos no tempo como ferramenta de catarse, de libertação. Importa saber despender o tempo da melhor forma possível, saber optimizar e relativizar, porque a vida é curta – como diz a voz empírica – e aproveitar o tempo é viver.

Friday 8 February 2008

Tuesday 5 February 2008

Weekend em Poznań

Este fim-de-semana fui a Poznań. Primeiro um pouco de sightseeing pelos pontos turisticos da cidade, depois um concerto a noite, Kobiety, e, finalmente, terminamos a noite num pub ao som de drum'n'bass. No dia seguinte, partimos para a countryside da Polonia, gozamos da tranquilidade da natureza, a noite um baile de mascaras a boa moda popular polaca, muita vodka, cerveja e danca; dormimos num castelo daqueles que parecem assombrados por fantasmas, andamos a boleia (hitchhiking na Polonia e muito facil e uma experiencia recomendavel) e, por fim, um bom filme sobre a vida de Johnny Cash, Walk the line, e umas quantas partidas de Black Stories. Assim se passou um fim-de-semana agradabilissimo na boa companhia de pessoal que conheci no meu training em Varsovia. A repetir.